Grupo de estudos e pesquisas pós-estruturalistas da infância, de bebês e de políticas públicas para a educação infantil

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Nossas pesquisas, em 2018 - Os estudos de Bebês e a Cartografia

Ao longo de 2018, o grupo desenvolveu várias frentes de trabalhos importantes e compartilhamos aqui alguns dos principais resultados de pesquisa:


- Publicação de artigo sobre Estudos de Bebês com importante organização do campo e apresentação de pesquisas com bebês que já usaram a cartografia:


GABRIELA TEBET e ANETE ABRAMOWICZ (Artigo publicado na revista ETD)
Estudos de bebês: linhas e perspectivas de um campo em construção
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8649692/18669



- Produção de um conjunto de pesquisas que se dedicaram a acompanhar os bebês em seus contextos cotidianos na educação infantil e produzir registros cartográficos das experiências observadas. A Cartografia das experiências de bebês é um recurso metodológico inovador e que tem revelado grandes contribuições para o estudo de bebês e também para a formação de professores.




"A investigação demonstrou que o método cartográfico tem o potencial de provocar um deslocamento e uma mudança de perspectiva no olhar, e consequentemente no trato, para com os bebês, como também para com o espaço e seus diversos elementos. A elaboração dos mapas permitiu registrar e dar movimento às cenas sem “falar” pelos bebês suas intenções, ou seja, fugindo das simples interpretações dos adultos, contribuindo, desta forma, para o campo em construção “Estudo de bebês” e também para o trabalho cotidiano das educadoras e educadores" (MORAES, 2018).


No âmbito destas pesquisas, destacamos os seguintes trabalhos:

JULIA COSTA e GABRIELA TEBET (Apresentação de trabalho em evento). 
Cartografia de bebês: traços dos agenciamentos e subjetivações em contextos de creche



JULIA COSTA (Relatório de Iniciação Científica)
Cartografia de bebês: traços dos agenciamentos e subjetivações em contexto de creche

A cartografia permitiu registrar as cenas sem intenção de falar pelo bebê as suas intencionalidades. Também permitiu observar os territórios que são criados, reconfigurados e desmanchados por eles durante suas experimentações e que são registrados por cores nos mapas.

O território se tornou um dos destaques dos mapas porque, não representam espaço físico simplesmente, mas, representam as redes criadas pelos bebês durante suas ações. O território é o que liga o bebê com o seu mundo exterior, mas liga da forma que ele decide se conectar com o espaço e por isso se transforma a todo momento. (...) Pensando no conceito de territorialização, podemos identificar em cada cena do mapa, distintos territórios, que estão representados pelas cores. Ao pensar no conceito de território, temos como já colocado, que não se refere ao espaço físico, por isso, mesmo estando no mesmo lugar os bebês produzem diferentes territórios. Territorializar é dar um significado para aquele lugar, ao brincar com a bola por exemplo, o bebê dá um significado aquele espaço, enquanto produz um agenciamento bebê-bola.   (Costa, 2018).  



KAROLINA BARROS MORAES (Trabalho de conclusão de curso)
Bebês, Educação Infantil e Pesquisa: Experimentações cartográficas.







O método cartográfico e o estudo de bebês ainda têm grande espaço para ser ocupado, é necessário superarmos a barreira das inseguranças em cartografar as intensidades e as pequenas reações dos bebês, com o intuito de explorar a cartografia e as possibilidades que ela permite como metodologia. (...) Partindo do questionamento, “quais são as experiências e estímulos que são proporcionados a eles?”, vimos que, entre comer, dormir e passar pelo momento de higiene, os bebês não apenas “esperam”, mas interagem o tempo todo com tudo. Sendo assim, a totalidade de componentes no espaço da creche pode se tornar elemento da experiência dos bebês em suas diversas potencialidades, sendo vital que o espaço seja intencionalmente planejado com base nos encontros e afetos que podem ser proporcionados (MORAES, 2018). 




LOANI PONTES e GABRIELA TEBET (Apresentação de trabalho em evento). 
Experimentações cartográficas: um encontro com os bebês

"A palavra encontro, intencionalmente colocada nesse contexto, diz respeito, a esse movimento de pesquisa que quando encontra o bebê, encontra também sua potência de agir, de afectar-se. A isso serve a cartografia, para buscar a intensidade desses afectos. Ao invés das respostas e determinações, necessidade que acompanham as pesquisas acadêmicas, a cartografia pergunta pelo encontro das coisas no movimento, questiona a realidade. E é das perguntas, encontros e afectos que parte este trabalho, não na busca de um manual, ou uma fórmula mágica, mas como forma de compartilhar as inquietações vivenciadas nessa prática de pesquisa. Dessa forma pensar a cartografia como uma possibilidade de pesquisa com bebês, que vivencia o processo, retrata o movimento, pensando o cartógrafo como aquele que experimenta e vivencia a pesquisa à medida que cartografa" (Pontes e Tebet, 2018).





Agradecemos a tod@s @s parceir@s de caminhada acadêmica. A todas as pessoas das creches parceiras, à todas as pessoas com quem pudemos dialogar ao ongo do ano, nas reuniões de estudo, nas aulas da faculdade e nos congressos em que pudemos estar. Cada um de vocês foi fundamental para permitir nossos avanços. esperamos poder continuar juntos em 2019!


Bom fim de ano a tod@s!!!!
Equipe do grupo BebÊEEducação